Amo atuar, pois me permite dar asas a imaginação, fazer vários personagens, ser extrema, poder criar dentro do projeto que me é apresentado, mexer com sentimentos em cena... Adoro este universo frente-câmeras desde muito-muito pequena, meu pai é dono de uma editora e sempre o acompanhei a workshops, conferências, coletivas, porém o talento dele se limitava a contar sobre a vida das celebridades, ou seja, a ficar somente ali atrás das câmeras e eu queria ia além desse limite, queria justamente fazer parte desse outro lado.
Lembro-me de algumas vezes em que saí na rua depois dos meus primeiros trabalhos na TV ainda criança e algumas pessoas se aproximavam dizendo: -Ei! Você não é aquela menina da tv? Você tira uma foto com meu filho? Isso me encantava, ou melhor dizendo, isso me encanta até hoje, encontrando pessoas que pedem para tirar fotos, que perguntam sobre você e sua vida, que entregam cartas e presentes, que contam histórias similares as personagens que tenha feito durante minha carreira... Amo mesmo esse carinho e sempre será mutuo, pois gentileza sempre gerará mais gentileza e afeto.
Exposição tem seu lado bom (claro) e ruim também, não se pode negar, ontem mesmo, saindo com minha filha para o centro ao entardecer, para comprar alguns brinquedos, vimos um fotógrafo não tão distante, mas tudo bem, cumprimentei e entramos. Quando saímos do recinto, haviam mais alguns, tentando chamar a atenção da Annie e tirar fotos do rosto dela evito essa exposição evasiva sobre meus filhos e quando passamos tentaram segura-la pelo braço para perguntar o que ela ganhou, ver como ela estava vestida e todos detalhes imagináveis. Fiquei um tanto nervosa com a situação, minha filha é pequena, não sabe responder a tantas perguntas de pessoas estranhas ao mesmo tempo vindo de varias direções, ela me pediu colo, ficou confusa com tanta informação e luz de flashes muito próximos a seu rostinho. Pedi desculpas para algumas poucas pessoas que haviam chego para conversar mas ela havia começado a chorar pedindo para ir embora.